Olá! Apesar de eu ser um colaborador deste blog, é a minha primeira postagem por aqui depois de mais de quatro meses de existência do mesmo. Pretendo escrever mais vezes por aqui e também pretendo ter tempo para isto. Podem me chamar de "Piet".
Assim como o Hermê, também sou fã de Fórmula 1, e é sobre esse esporte que iniciarei a minha primeira postagem por aqui.
Bom, o Mundial de Fórmula 1 de 2010, que vinha tão equilibrado, acabou saindo da balança justamente na corrida que é sempre a mais espetacular do ano! Desta vez Spa-Francorchamps ficou devendo. A corrida não teve nada de incrível e, pra completar, o campeonato perdeu boa parte do equilíbrio que a gente esperava ver até o final. Tudo bem que com essa pontuação em que uma vitória vale 25 pontos, a situação pode virar. Mas a tendência, agora, é uma disputa mais concentrada em Hamilton e Webber.
Se Spa ficou devendo, imagine o Vettel, um piloto que encanta pelo talento incomum, e decepciona pela quantidade de erros. Eu apostava e quase sempre aposto todas as fichas nele. Primeiro por eu ser fã desse jovem piloto. Depois, por considerá-lo muito mais piloto do que Webber, Massa, Kovalainen, Petrov, Sutil e mais um monte que alinham no grid. E é mesmo. Mas o título pode acabar nas mãos do outro, com menos talento, mas que não se sente na obrigação de ganhar todas as corridas só porque tem o carro mais veloz e adaptável a vários tipos de pista. O Vettel já larga no desespero para ganhar. E é nisso que está se perdendo. Entre tantos exemplos de pilotos super talentosos que cometeram erros seguidos no início da carreira, dá pra lembrar, de cara, de Jody Scheckter, Gilles Villeneuve, Nigel Mansell e até de Ayrton Senna. Os dois primeiros, pelas batidas alopradas e falta de noção total de como gerenciar o carro durante a corrida. No caso do Leão, soma-se a sua irritação, que algumas vezes chegava a ser infantil, aos problemas de Scheckter e Villeneuve. Já com Senna, várias corridas foram perdidas nas últimas voltas porque ele acelerava sem controlar o consumo e acabava ficando sem gasolina.
Isso só vale como um atenuante no caso de Vettel. Ele já tem um número de largadas (60) e até de vitórias (7) para já não ser taxado como um iniciante. O problema é a idade (23 anos) e até o fato de ser o escolhido dentro da equipe Red Bull. É aí que o veterano Webber está buscando suas forças. Não ser o preferido, e ainda lidar com a situação de preterido em algumas situações, ensinou a Webber como agir. Não é nada fácil suportar o que Webber tem sido obrigado a aturar, simplesmente porque o companheiro é um garoto preparado pela Red Bull para ser um campeão. Mas, veterano como é, e já no décimo ano de carreira sem nunca ter tido antes a possibilidade de pilotar um carro vencedor, Webber soube apertar o botão de "dane-se" porque não tinha nada a perder; está dando certo.
Vettel abusou na quantidade de erros. Para ficar apenas nos três mais graves, teve a batida na Turquia contra o próprio Webber, a largada atabalhoada na Inglaterra e, agora, o de Spa, em que ele jogou fora a corrida dele próprio e a do Button. Não poderia existir maneira melhor de dar uma ajuda ao seu companheiro de equipe e também ao de Button. De uma só tacada, os dois maiores rivais de Webber e Hamilton foram eliminados da disputa. E olha que a diferença deles para o 3º lugar, agora é maior do que os 25 pontos de uma vitória. Dependendo de como for o resto das corridas, vai ser difícil de recuperar tais pontos.
Neste momento, a briga é do piloto mais regular do ano, aquele que quase não erra e, talvez até por isso, é o que mais venceu (4 vezes) contra Hamilton, que tem mais talento, mas erra mais por estar sempre arriscando e por cometer erros que lembram os de Senna. O que me chama atenção na performance de Hamilton este ano é que ele teve de superar uma situação inédita na carreira, quando, no início do campeonato, tudo que saía errado para ele, dava certo para Button. Houve um momento em que eu me perguntava o que passaria pela cabeça de Hamilton ao ver que era com ele que aconteciam os problemas de um carro pouco competitivo da McLaren, enquanto o companheiro Button, com muito mais sorte, já tinha duas vitórias no bolso. Em outros tempos, Hamilton teria perdido a cabeça, como aconteceu até mesmo quando era um estreante e dividia a equipe com Alonso, que já era um bicampeão mundial. Ao contrário, Hamilton teve calma dessa vez, não criou atrito na equipe, esperou o carro melhorar, venceu pela primeira vez já na sétima etapa do campeonato, repetiu a vitória na corrida seguinte e, a partir daí, liderou o campeonato por quatro corridas seguidas. Chegou a perder a ponta para Webber e, agora, está de volta. Se ganhar este campeonato, e dependendo de como rolar o resto do campeonato, será mais merecido do que o de 2008.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
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1 comentários:
Análise perfeita! É aí que se encaixa perfeitamente uma das célebres frases de Nelson Piquet, que dizia "uma corrida não se ganha na primeira volta, mas se perde". Ou seja, não basta largar tão bem se não conseguir administrar o resto da corrida.
É por isso que Alain Prost era apelidado de "O PROFESSOR", pela sua maneira de conduzir "cerebralmente" a sua corrida e até a dos outros. Não era dos mais brilhantes na classificação, mas foi o segundo piloto com o maior número de vitórias (51). Exceto em 93, quando "só tinha a Williams", ele vencia as corridas apenas esperando a oportunidade de obtê-las!
Eu digo que a pressão sofrida pelo Hamilton é muito maior do que a sofrida pelo Vettel, pois já no seu ano de estreia, teve de correr ao lado do bicampeão Alonso e teve que pôr à prova toda a sua astúcia perante a equipe que cuidou dele desde criança. Agora tem ao seu lado o atual campeão do mundo cuja personalidade lembra demais a do PROFESSOR. Enquanto isso, o Vettel está em seu segundo ano numa equipe de ponta, com um companheiro de equipe taxado pela própria Red Bull de "segundo piloto", que corre quase que "sem compromisso", mas sempre constante.
Não acharei estranho se, caso o Webber vença o GP da Itália, o Vettel enfiar o carro na traseira do carro do Trulli pra botar uma volta, no desespero.
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